Carta do Administrador Apostólico da Arquidiocese da
Paraíba, Dom Genival Saraiva de França.
Ao Clero, aos Religiosos, Religiosas, Seminaristas,
Animadores Pastorais - Leigos e Leigas, e à População da Arquidiocese da
Paraíba:
Eu vim para servir (cf. Mc 10, 45).
Como ensina o Concílio Vaticano II, a Igreja é o povo de
Deus e a “Diocese é uma porção do povo de Deus confiada a um Bispo para que a
pastoreie em cooperação com o presbitério”. A Diocese torna-se vacante com a
morte, renúncia ou transferência de seu Bispo. Hoje, 6 de julho, a Arquidiocese
da Paraíba tornou-se vacante com o pedido de renúncia apresentado por Dom Aldo
di Cillo Pagotto, que foi acolhido pelo Papa Francisco. A solicitude da Igreja
provê a forma de administração da Diocese em sua vacância. Por isso, o Papa
Francisco nomeou-me Administrador Apostólico, através de Decreto da Congregação
para os Bispos, função que devo exercer “até que o Arcebispo, que deve ser
eleito, tome posse canônica”. Não me apresento hoje aos arquidiocesanos da
Paraíba porque me encontro no Ceará até a próxima sexta-feira, orientando o
retiro espiritual de uma parte do clero da Arquidiocese de Fortaleza. Com esta
comunicação, desejo afirmar a todos que chegarei, brevemente, com a disposição
de servir. Em Jesus, encontramos o melhor exemplo de serviço. Além do espírito
eclesial, que todos nós devemos cultivar, em mim a motivação para servir à
Arquidiocese da Paraíba tem uma linguagem afetiva, pelo fato de ser paraibano e
de ter residido na cidade de João Pessoa, durante oito anos, como aluno do
Seminário Imaculada Conceição.
Como João Batista, que preparou o povo para acolher Jesus, o
Cordeiro de Deus, que já estava no seu meio, chego para ajudar ao povo de Deus
da Arquidiocese da Paraíba a preparar o seu coração para a chegada do seu novo
Arcebispo Metropolitano. A fim de que possa exercer bem a função de
Administrador Apostólico da Arquidiocese da Paraíba, torno minha a prece do
salmista: “Dai-me bom senso, retidão, sabedoria” (Sl 118, 66). Tendo
consciência de não ser fácil administrar uma instituição, especialmente num
contexto de transição, peço, com humildade: “Senhor, dai-me serenidade para eu
aceitar as coisas que eu não posso mudar. Dai-me coragem para eu mudar as
coisas que eu posso mudar. Dai-me discernimento para eu conhecer a diferença”.
Que, por esse discernimento, eu possa contribuir para a prática da comunhão e
da unidade em nossa Arquidiocese, seguindo esse ensinamento de Santo Agostinho:
“Nas coisas essenciais, a unidade; nas coisas não essenciais, a liberdade; em
todas as coisas, a caridade”. Sei que posso contar com a oração e o apoio
solidário do clero, das comunidades religiosas e das forças pastorais da
Arquidiocese da Paraíba, para fiel cumprimento da missão que me foi confiada.
Ao expressar a Dom Aldo Pagotto o agradecimento da
Arquidiocese da Paraíba pelo bem que fez, em seu pastoreio, posso
testemunhar-lhe, por experiência, que a renúncia ao governo diocesano não é
demérito para nenhum Bispo, por ter completado 75 anos, como no meu caso, ou em
razão de enfermidade, como no seu caso. Os Bispos eméritos continuam servindo à
Igreja, de muitas maneiras. Motivado para viver a comunhão fraterna e para
colaborar na ação evangelizadora, uno-me aos Bispos da Província Eclesiástica
da Paraíba, no seu dedicado trabalho pastoral, em suas respectivas Dioceses de
Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira e Patos.
Vamos viver este tempo de vacância da Arquidiocese da
Paraíba com um coração misericordioso, no espírito do Jubileu da Misericórdia.
Assista-me a graça de Deus e me proteja “excelsa Virgem das
Neves”, nesta missão de servir, como Jesus!
Guaramiranga (CE), 6 de julho de 2016
Dom Genival Saraiva de França
Administrador Apostólico da Arquidiocese da Paraíba
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