quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

‘Operação Borborema’ prende 10 e mata 1

Por: Silvana Torquato e João paulo Medeiros
‘Operação Borborema’ prende 10 e mata 1

Secretário de Segurança do Estado e superintendente da Polícia Civil apresentam material apreendido e dão detalhes da operação

Uma operação desencadeada ontem pela Polícia Civil, em Campina Grande, juntamente com policiais rodoviários federais, resultou na prisão de dez pessoas suspeitas de envolvimento em assaltos a bancos com explosivos na Paraíba e em Pernambuco, e na morte de um dos acusados.
Com o grupo, foram apreendidos mais de R$ 40 mil em cosméticos roubados de uma loja na cidade de Cupira, em Pernambuco, além de duas bananas de dinamite, quatro automóveis, uma espingarda calibre 12, um revólver, vários celulares, chaves de fenda e pés de cabra que seriam utilizados para explodir e arrombar bancos.
A ação foi denominada de ‘Borborema’ e teve início quando mais de 30 policiais montaram uma barreira policial durante a madrugada, na BR-104, próximo a Alcantil, na divisa com o Estado de Pernambuco. Seguindo informações de que a rodovia seria rota de fuga de bandidos, os policiais conseguiram interceptar dois veículos com produtos roubados, mas alguns dos integrantes do grupo reagiram e houve troca de tiros. Um dos acusados morreu na hora e outro, Jonas de Oliveira Silva, terminou ferido e encaminhado ao Hospital Regional de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, onde está internado. O suspeito morto permaneceu sem identificação na Unidade de Medicina Legal (UML) até o fechamento desta edição.
Foram presos Edvaldo Silva, de 43 anos; Vailton Soares Barbosa, 30 anos; Josinaldo de Araújo Amaro, 36 anos; Emerson de Holanda Feijão, de 29 anos; Jacilene Oliveira Silva, de 34 anos; Uiara Pereira do Nascimento, 22 anos; Luciele Gomes Nascimento, de 19 anos; Juciano Oliveira Silva, de 27 anos; José de Lima Fernandes, de 35 anos, e Jonas de Oliveira Silva.
Segundo a polícia, o grupo estaria planejando atacar uma agência bancária na divisa entre os dois Estados e teria sido o autor da explosão ao Banco do Brasil da cidade de Queimadas, no Agreste paraibano, ocorrida no dia 9 de setembro de 2010.
“A gente tinha informações de que eles iriam praticar o delito na divisa, possivelmente na cidade de Alcantil ou em Pernambuco. A maior parte deles já tem antecedentes criminais e algumas das mulheres, cuja missão era de apoio, são envolvidas com assaltos, furtos e até homicídios. As investigações prosseguirão para rastrearmos mais passos dados pelo grupo”, relatou o superintendente de Polícia Civil em Campina Grande, Wagner Dorta.
O que também impressionou a polícia foi o elevado padrão de vida de alguns dos acusados. Com eles foram apreendidos documentos de Jetski e veículos. “Alguns tinham comércio e aparentavam ser empresários do ramo de venda de carros, mas tudo para despistar da ação criminosa”, afirmou o superintendente.
Durante a operação os moradores do distrito de Barra de Aroeiras, em Alcantil, acordaram assustados com a troca de tiros intensa às margens da BR-104. Segundo uma moradora local, que não quis se identificar com medo de represálias, a troca de tiros teria começado por volta das 3h e deixou todas as pessoas que moram no distrito assustadas com a ação. Ao longo da rodovia, os suspeitos dos assaltos abandonaram celulares, sapatos e alguns objetos pessoais.

* Suspeitos seguirão para presídio

O secretário de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Cláudio Lima, acompanhou na tarde de ontem a apresentação do material apreendido durante a ‘Operação Borborema’, na Central de Polícia, em Campina Grande.
Ele lembrou que as prisões também são fruto do que denominou de “ação policial integrada” entre as polícias Civil, Militar e Federal nos Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas. “Temos buscado reprimir com inteligência e de forma planejada a ação dessas quadrilhas. Hoje, conseguimos prender grupos em Alagoas e em Pernambuco, a partir da colaboração entre os Estados”, observou.
O grupo preso durante a ‘Operação Borborema’ deverá ser autuado por assalto, porte ilegal de arma e formação de quadrilha. Os suspeitos deverão ficar à disposição da Justiça e detidos na carceragem da Central de Polícia e em seguida serão encaminhados para o presídio provisório de Campina Grande, antiga Máxima. A prisão dos acusados foi uma espécie de respostas das polícias paraibanas a uma série de ataques a agências bancárias ocorrida na Paraíba desde o ano passado.
Em 2010, foram mais de 65 ataques com 26 explosões registradas no Estado. Só neste ano, já são oito explosões e mais um assalto praticado contra a agência de Remígio, no Brejo paraibano.

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